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Foto do escritorDaniel Conde

Salomon Sense Ride 4 - O que a tua corrida diz?

Sim, confesso: corri os meus primeiros trails com sapatilhas de corrida para provas de asfalto.


Shame! Shame! Shame! (Oh, Game of Thrones, o que fizeram contigo...)


Mas isso mudou em 2021, e para o meu primeiro trail em quase dois anos de interregno decidi finalmente comprar sapatilhas talhadas especificamente para esta cowboyada. A escolha foi demorada e apurada, entre tanta oferta e tanto review disponível no mercado. Mas ao cabo de algumas dezenas de pesquisas, um modelo foi sobressaindo, até um pequeno grande detalhe ter dado o clique final.


As Salomon Sense Ride 4 apresentam-se como umas sapatilhas de trail para diferentes tipos de terreno. Pausa para reacções (sim, é uma referência à Atlântida, da Disney): várias marcas apresentam modelos de sapatilhas de trail que se adaptam:


a) para terreno compacto ou pouco solto;

b) para terreno mais solto mas predominantemente não muito técnico;

c) para terreno predominantemente técnico, com muita pedra e lama.


Diferença mais notória entre as três famílias de modelos? O tamanho e espaçamento dos frisos na sola, para ora deixar passar mais lama, ora para se agarrar melhor a pedras. Também há as que privilegiam mais amortecimento em detrimento de mais reactividade, e ainda modelos com recurso a gore-tex, para as tornar impermeáveis - o que é uma característica muito apetecível, mas que encarece (e bem!) o produto.


Os reviews em vários sites e canais do YouTube davam-lhe muitos elogios, e consideravam ser um produto com uma relação qualidade/preço imbatível. As minhas dúvidas dissiparam-se finalmente quando a Decathlon - admita, você também adora perder-se na Decathlon, como um garoto na Toys'r'us - anunciou uma versão exclusiva, em preto e vermelho. A partir daí, só restava dizer uma coisa: Shut up and take my money!!!


A estreia


Entra o primeiro pé, e imediatamente há notas a apontar: encaixam como uma luva, do calcanhar aos dedos, da planta do pé ao peito do pé. Ainda antes de apertar os atacadores - que já agora são fixos à sapatilha, não dá para os retirar - a ergonomia do desenho interior sobressai, com uma espécie de casulo interior já desenhado para envolver todo o pé.


Para quem não esteja habituado a este tipo de atacadores, que já agora são feitos de um resistente kevlar, o primeiro manuseamento é sempre uma experiência estranha. Puxamos primeiro os atacadores para prender bem a sapatilha ao pé, sem apertar demasiado pois isso paga-se caro ao fim de alguns quilómetros, e deslizamos a peça que travará os atacadores até à posição desejada. Depois, é esta peça que entra primeiro para a bolsa que se localiza no topo da língua da sapatilha, e só depois introduzimos também o excesso de atacador, e a peça final que prende os atacadores na extremidade. Esta bolsa é um tudo nada tricky de se manusear nesta operação, por isso cuidado para não fazer força a mais e rompê-la! Mas uma vez concluída, não há cá atacadores ao pendurão, sujeitas a prenderem-se em ramos ou ervas pelo chão, ou pior ainda, desapertarem-se a meio de uma corrida - o drama, a tragédia, o horror!!!


Ambas as sapatilhas nos pés, vamos sujá-las por esses caminhos a fora!


Rumo ao São Leonardo de Galafura pelos vinhedos do Douro; tenho caminho compacto na maior parte do percurso, mas um segmento ou outro com terreno enlameado e pedra solta. Sobretudo, tenho outro tipo de piso que me deixava dúvidas quanto ao possível desempenho das Sense Ride 4: asfalto.

Não há como ter dúvidas ou negar: o grip proporcionado pelos frisos nota-se imediatamente nos terrenos mais soltos/moles - sobretudo para quem como eu vinha de sapatilhas de asfalto tornadas em multi usos. Sem escorregadelas, impec. A descer em calçada de paralelos, acelerei um pouco, e a resposta foi excelente em termos de grip mas também de apoio motor em todo o movimento.


Ah, já agora: com um drop de 8 mm, foi um prazer sentir nas pernas aquele empurrãozinho extra, que dá tanto jeito quando se acumulam vários quilómetros de terra, suor e lágrimas.


Chegado então ao asfalto, a confirmação de algo que já tinha visto num review: o grip agarra-te um tudo nada demasiado ao chão. E se na lama, pedra solta, e até calçada, estas sapatilhas deram segurança e velocidade, aqui no asfalto as sapatilhas de rua dariam certamente mais gás. Outra sensação notória foi a de que na terra e na pedra o amortecimento está lá a proteger-te de impactos e a ajudar na tua estabilidade, mas no asfalto elas tornam-se um pouco rígidas.

Keep in mind: são sapatilhas para trail, e por isso estão mais talhadas para outros terrenos que não tanto o duro asfalto!


De regresso a casa, o veredicto. Ainda há pouco tempo tinha feito o mesmo percurso, com sapatilhas de rua, e com as Sense Ride 4 a sensação de frescura nas pernas era por demais evidente. Mais um cliente certamente satisfeito - só falta agora meter-lhe quilometragem como se não houvesse trás d'onte (é trasmontano para ante-ontem)!


Não se esqueçam que este é um review pessoal, baseado na minha experiência com estes bad boys dos trilhos. Assim, tal como há mais dias que chouriços (ditado da minha querida terrinha, Vinhais), também há mais tipos de corredores que sapatilhas disponíveis; portanto levem o vosso tempo a procurar avaliações sobre este ou outro calçado, para chegarem à compra com toda a confiança possível.


Se já está pronto para esse passo, e quer ser o orgulhoso dono de um par desta pequena maravilha, posso sugerir clicar aqui? (se fizer uma compra através deste link recebo uns trocos para o café; o malvado do vício é difícil de combater...)


A primeira prova com as Salomon Sense Ride 4.

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